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O que a Argentina fez (e o que o Brasil não fez) contra a Croácia na Copa do Mundo?



A Argentina está na final da Copa do Mundo de2024. Venceu a Croácia na semifinal e Messi terá a chance de ser campeão mundial em sua última copa.
E que torneio o camisa 10 tem feito! Brilhou em todos os jogos decisivos e tem sido o grande protagonista da campanha argentina.
Como a Croácia eliminou o Brasil nas quartas, naturalmente a comparação foi inevitável. Até porque Scaloni promoveu algumas mudanças na sua escalação. O treinador tem se mostrado bastante flexível taticamente para se adaptar aos adversários. Já havia jogado com 3 zagueiros para espelhar a Holanda de Van Gaal, repetindo o caminho que o Equador tinha mostrado com sucesso na fase de grupos.
Contra o ótimo meio de campo croata e sem Di María 100%, a opção foi por escalar Paredes e, teoricamente, preencher o meio.
Mas será que dá mesmo para simplificar a conclusão na comparação entre as duas partidas?
Até por isso, resolvi rever os dois jogos e separar diversas imagens que ilustram aspectos táticos.
No caso do Brasil, o 1º tempo teve a Croácia claramente controlando o ritmo, ainda que sem criar real perigo de gol. E a vantagem tinha um padrão muito nítido: a dificuldade para executar uma marcação mais agressiva, especialmente quando Vinicius Junior subia para pressionar Lovren, abrindo caminho para Juranovic se tornar uma válvula de escape tão frequente e importante na dinâmica do jogo.
O Brasil fez um 2º tempo melhor e criou as principais chances. Poderia ter passado e viu a vantagem escapar no fim da prorrogação.
No caso da Argentina, os gols não nascem exatamente da ideia de um meio-campo mais preenchido. Embora o time de Scaloni tenha criado um desafio diferente para o encaixe inicial da equipe de Zlatko Dalic, a Croácia até reagiu e controlou o meio, muito a partir dos ótimos 30 minutos iniciais de Mateo Kovacic.
O placar, em si, tem outra origem. São dois gols de transições após ataques da Croácia. O 1º nasce em um tiro de meta, quando Otamendi acelera uma saída em que o adversário reclamava de escanteio. A bola chega até Enzo Fernández e o lançamento encontra Julián Álvarez com campo aberto para sofrer o pênalti.
Com o 1×0, a Croácia se lança ainda mais ao ataque. E é em um escanteio que nasce o segundo, novamente com Julián Álvarez como protagonista nos cenários de campo aberto para correr, mesmo que aos trancos e barrancos.
Por mais que seja um prato cheio para discursos simplistas, as respostas não são tão objetivas quanto parecem. Os dois jogos apresentaram semelhanças e diferenças. E, por mais que a Argentina tenha feito boas adaptações para competir, não seria correto atribuir a vitória apenas a uma comparação entre treinadores e decisões.

(0:00) Comparações entre Brasil e Argentina
(2:45) Mudanças esperadas vs Brasil
(4:02) O desenho de Brasil x Croácia
(5:48) O caminho com bola do Brasil
(7:50) O Brasil sem bola
(10:15) A origem da vantagem da Croácia
(11:30) O peso de Juranovic no 1ºt
(13:10) O controle no meio
(15:07) Prints: saída em 3-2
(15:40) Vini Jr acionado pra 1vs1
(16:15) Neymar e Richarlison em Brozovic e Gvardiol
(17:40) Juranovic como escape e desafogo
(20:22) Meia esquerda era caminho do Brasil
(21:50) Juranovic livre deu conforto
(24:01) Mudança no 2º tempo
(25:41) Brasil começa a ter transições
(26:45) Rodrygo e Danilo mais aberto
(28:50) Detalhes são do jogo
(30:15) Escalações de Argentina x Croácia
(32:00) Julián Álvarez em Brozovic
(33:15) Meias não sobem em zagueiros
(34:28) Argentina com bola
(37:50) Tagliafico tira Pasalic do meio
(38:40) Dúvidas no encaixe do meio
(39:40) Croácia começa a controlar e atacar
(42:57) Gols nascem em transições
(46:20) Adaptações não são explicação objetiva
(49:00) Copa brilhante de Messi

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